quarta-feira, 8 de abril de 2009

TELEGIADOS E ABDUZIDOS

TELEGUIADOS E ABDUZIDOS

Nunca fui fã.
E olha que fui contemporâneo a verdadeiros ícones de nosso tempo como Freddie Mercuri, Zico , Maradona e muitos outros.
Em determinado momento de minha infância acho até que me fez falta ter como referência um super-herói, um músico, artista , qualquer um;

Sempre fui uma espécie de refém dos meus próprios pensamentos, prisioneiro dos meus próprios sonhos, os quais a maioria não se realizou.

E depois de adulto, tornei-me meio que imune a acreditar piamente em verdades absolutas como ideologias políticas, sou algo como órfão do senso de pertencimento a um grupo.

Minha maior identificação sempre foi à igreja batista,mas a cada dia vou perdendo essa identificação também, e como todo egocêntrico, julgo que ela que se distanciou de mim, lógico, e não o contrário.

Um exemplo disso é o cerne do que me faz escrever este protótipo de artigo;

Tenho sérias dúvidas ao que chamo de Ceid, condução espiritual introspectiva dirigida, explico; Sabe aquelas orações em que o interlocutor dá ordens á igreja como: - Feche os olhos, diga isto, diga aquilo, lembre disso , lembre daquilo, veja um presente, agora feche o laço, entregue, agora coloque sua mão na cabeça, a outra no coração e repita comigo...
Até não vejo maldade das pessoas quando usam técnicas psicológicas no culto, mas considero perigosa à dependência de terceiros nas orações , e pessoalmente não me sinto confortável repetindo palavras de ordem, ou sendo guiado por sussurros enquanto oro.

Fui doutrinado que as orações devem ser dirigidas ao Pai, pedindo a presença de seu Santo Espírito, por intermédio do nome de Jesus, neste caso as orações devem ser dirigidas a Ele, a ninguém mais.

De igual forma não vejo paralelos na Bíblia para a função de ministrar do louvor(1),que em alguns momentos leva os dirigentes a tensionarem o nível de introspecção de acordo com sua eloqüência e capacidade de arregimentação para cima ou para baixo, criando em alguns casos uma espécie de transe coletivo.
Penso que as músicas são inspiração de Deus e muitas falam por si só, e quando não, o Espírito Santo o faz, e deixar este espaço livre torna o ambiente mais clean.

Cara, já experimentei muitas coisas de tudo isso que citei a pouco, momentos incríveis, experiências únicas, mas esses lances nunca serviram para moldar meu caráter, este meu pai e a boa e velha instrução batista tradicional se encarregou de fazer.(mais ou menos, a parte ruim fiz por conta própria)

É lógico também que nunca fui tão longe nestas viagens como amigos meus que participaram de retiros tipo, encontrão, tremendo, voltaram para útero de suas mães, pediram perdão pelo pecado de seus antepassados, viram gravetos pegarem fogo no alto dos montes (sem fósforo!), perdoaram Deus. (pasmem!)

Sei lá, preferi os retiros com esporte, cultos, serenatas, palestras, namoros, essas coisas sabe...


(1)
Para quem não é do ramo, aciono a tecla sap: Louvor, abstraindo de questões semânticas, é a música na igreja, ministrar o louvor, é conduzir as músicas , interagindo com o público com palavras e frases de efeito.

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